Alguns leitores pediram para explicar o motivo de um verdadeiro “mistério”: por que os “pneus” da bicicleta esvaziam quando ela fica parada algum tempo? Isto, mesmo depois da avaliação de um profissional atestando que não há furos na câmara de ar e tampouco vazamento nas válvulas. Então, o que acontece?
Como todo material sintético, de forma simplória, a borracha é composta de diversos tipos de átomos, que por sua vez combinam-se em moléculas para que por meio de processo industrial seja produzida a câmara de ar. O intuito da engenharia é combinar as características previstas na concepção deste tipo particular de borracha: a elasticidade, a resiliência e a principal, a estanqueidade.
Porém, nem sempre estas ligações físico-químicas têm o resultado esperado no processo fabril, e algumas marcas e/ou lotes não conseguem aprisionar o ar com eficiência.
Em outros casos, a borracha ao longo do tempo perde suas capacidades e surgem poros invisíveis a olho nu, que permitem a passagem de ar muito lentamente. Esta validade também é variável de acordo com a idade, marca, procedência, lote, espessura, qualidade da matéria-prima e qualidade do processo. Quando isto acontece, diagnosticamos como “câmara porosa” e somente a substituição resolve o problema.
Este fenômeno pode ser facilmente observado, por exemplo, em balões (bexigas) de festa. Quem nunca deixou para o dia seguinte a retirada dos balões e percebeu que estavam murchos? Os balões são descartáveis e por isso o fabricante não se preocupa na sua eficiência ao longo do tempo. Você poderá encher, fechar bem e testar na água. Não verá a formação de bolhas, contudo, o ar escapará mesmo assim.